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Educação
Domingo - 09 de Outubro de 2011 às 20:10

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Alunos do curso Formação Integrada para a Sustentabilidade (FIS), oferecido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP) para as graduações de administração de empresas e administração pública e economia conheceram, na tarde de sábado (8/10), o Espaço Sebrae de Conhecimento, em Cuiabá. Essa foi a primeira parada da viagem de uma semana que fazem em Mato Grosso, onde vão conhecer de perto as realidades e contrastes da produção rural extensiva e das pequenas propriedades nos municípios de Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Alta Floresta.
 
O grupo, composto por 20 estudantes e coordenado pelo professor Mário Movani, foi recebido pelos técnicos do Sebrae em Mato Grosso, Suênia Sousa, gestora do Espaço e também do Centro Sebrae de Sustentabilidade, Nager Amui, Isabela Rios, Renata Lima Santos e Elidiane Campos de Arruda. A engenheira civil Suênia, que acompanhou de perto desde a concepção do projeto arquitetônico, assinado por José Afonso Botura Portocarrero, até a construção da edificação, monitorou a visita do grupo de alunos e professores explicando todos os detalhes construtivos e detalhando os materiais utilizados, além de fazer uma apresentação sobre o trabalho de sustentabilidade desenvolvido há dez anos pelo Sebrae em Mato Grosso. Segundo ela, o prédio é um laboratório vivo onde empresários e sociedade em geral aprendem práticas sustentáveis e comprovam que são viáveis e que representam economia nos negócios. Ela citou, por exemplo, o impacto os custos com energia elétrica nos empreendimentos e disse que o prédio tem gerado uma economia da ordem de 60%. “Isso sensibiliza os empresários. Esse prédio ensina por si só”.
 
 
 
Ao mostrar as maquetes do prédio e de uma construção xinguana, expostas lado a lado logo na entrada do salão principal, ressaltou que o prédio faz um resgate histórico dos nossos ancestrais ao utilizar tecnologias construtivas indígenas adequadas à situação climática de Cuiabá, que concentra muita insolação, altas temperaturas (média anual de 33ºC, com picos que superam os 42ºC) e uma umidade relativa do ar variando de 12% (semelhante à de deserto) a mais de 80%, ao longo do ano.  Destacou o formato ogival do prédio, inspirado nas casas Yawalpit, do Alto Xingu, o uso das duas cascas na cobertura para insular o ar quente e proporcionar maior conforto térmico, a captação de água de chuva para reaproveitamento nos banheiros e para regar as plantas, a ausência de materiais de acabamento, o aproveitamento total da luz natural através dos “panos” de vidros e das luzes solares, o uso de materiais de baixo impacto e de madeira de reaproveitamento e de reflorestamento.      
 
O aluno Marcelo Augusto Falceano, que cursa o quinto semestre do curso de administração pública, se disse impressionado com o que viu. “Gostei muito, especialmente porque todo esse conhecimento e essa experiência estão sendo repassados. É o mais importante”.  Ele conta que decidiu fazer o FIS pela oportunidade de ir a campo, pelo fato de sustentabilidade ser um tema de seu interesse e a também pela metodologia de ensino.
 
 
O coordenador do FIS Mário Movani destaca que o curso tenta trabalhar o conhecimento de forma a contribuir para o projeto de si mesmo de cada aluno, expandindo a consciência deles de que cada coisa que a gente faz tem influência no outro. “Todo esse processo tem como objetivo a formação de uma nova geração de gestores com um olhar sobre o todo”. Ele explica que as aulas não são em formato convencional, “são mais um bate papo”, e que o curso é uma iniciativa diferente provocada pela direção da FGV e que já está em sua quarta turma. “Os alunos têm que cumprir um desafio que é montar um projeto-referência real para refletir e agir na prática sobre questões-chave da sustentabilidade”. Cada turma trabalha uma temática e viaja para um lugar. A primeira turma trabalhou a questão da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará; a segunda a biodiversidade e foi para Belém (PA); a terceira focou em microfinanças e conheceu a realidade de Fortaleza (CE); e agora é a vez que estruturarem um fundo de apoio à agricultura familiar. “Existem quase 4 milhões de famílias de pequenos produtores rurais e elas precisam gerar mais valor a seus produtos e para isso é preciso trabalhar melhor a gestão, a comercialização e a sustentabilidade”, ressaltou, acrescentando que os alunos estão em Mato Grosso para conhecer as experiências de agricultura, tanto na grande propriedade, quanto na pequena.
 
Aluno da primeira turma do curso, Leeward Wang agora integra a equipe do curso. Segundo ele, os grupos são o mais diversificado possível e engloba alunos desde o quinto até o novo semestre. Para Lee, a vivência em campo é sempre tocante e pode determinar os rumos dos futuros profissionais.
 
Em pouco menos de um ano, o Espaço Sebrae de Conhecimento, cujo primeiro aniversário será dia 20/10, já recebeu mais de 4.5 mil visitantes, entre empresários, estudantes, técnicos, cientistas, jornalistas, de Cuiabá, de Mato Grosso, do Brasil e de outros países. 





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