Sargento da Marinha preso com arsenal do tráfico no Rio ostentava luxo em fotos
Passeios de barco na Região dos Lagos, bebidas importadas em camarotes de boates, noites com garotas de programa em motéis, cordões e relógios de ouro e notas de R$ 100. Nas fotos da memória dos dois celulares apreendidos com o sargento da Marinha Jerônimo Ronaldo Severino Pereira, de 42 anos, os policiais da 6ª DP (Cidade Nova) constataram que o militar levava uma vida de luxo. Em uma das imagens, Jerônimo aparece com a farda da corporação e com a seguinte inscrição: "Procura-se".
Em sua casa, em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio, foram apreendidos dez fuzis, duas metralhadoras, nove pistolas e mais de 20 mil balas de diversos calibres. Na manhã desta sexta-feira, Jerônimo foi transferido para o 1º Distrito Naval, na Praça Mauá.
— Eu bebia muito, saí do casamento, pedia dinheiro emprestado para sair, não tinha controle nenhum com dinheiro, por isso me endividava. Num momento de fraqueza eu aceitei (se envolver com o crime). Mas depois, quando tentei sair disso, eu virei refém, e acabei não conseguindo mais — explicou, na delegacia, o sargento.
De acordo com o delegado Antenor Lopes, titular da distrital, as imagens estão sendo analisadas e já foram anexadas ao inquérito que apura o envolvimento do sargento com o tráfico de drogas da comunidade Vila Vintém, vizinha à sua residência.
O delegado apura ainda a procedência do armamento apreendido em tonéis num fundo falso da garagem de Jerônimo. Pelo menos um dos fuzis, calibre 7.62, tem o brasão do Exército brasileiro e teria sido desviado da corporação. Todo o material foi abaliado em cerca de R$ 1 milhão.
Em depoimento, Jerônimo confessou ser dono de todo o material. Segundo ele, desde o início do ano, ele aceitou trabalhar para o tráfico de drogas da Vila Vintém. Em troca de administrar e manter o paiol, ele ganhava R$ 2 mil por semana dos criminosos. A favela é dominada pela mesma facção criminosa que atua na região do Complexo do Morro do São Carlos, área de atuação da 6ª DP.
Na casa do militar, foram apreendidos um Meriva e um Celta, além de carregadores, silenciadores e toucas ninjas. Jerônimo, segundo sargento da Marinha, está na corporação há 21 anos.
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