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Comprometedora e Desabonadora
A centralização das ações não é a melhor das opções. Ainda mais em um Estado democrático e de direito, no qual a administração pública deve ser tocada com total transparência e impessoalidade. Exigências que necessitam do olhar vigilante e cuidadoso do governante, e isso – evidentemente – nada têm a ver com o centralizar ou deixar que os auxiliares façam o que lhes “vêm na telha”. Atitudes abomináveis. Sobretudo a última. Pois esta, ao contrário da imagem de distribuição de funções e poderes de um governo entre seus secretários, “vende” a idéia de fraqueza e de falta de pulso de quem deveria ter as rédeas dos negócios públicos.
Imagem, aliás, propagandeada por uma parte do PT/MT, quando se falou na substituição da secretária de Educação. O substituto escolhido chegou a se desincompatibilizar-se da presidência regional do partido, ao mesmo tempo em que “rebaixava” a atual titular para o degrau de adjunta. Reprise de um quadro pretérito. Retomado no ato simbólico do dia 24 do mês passado. Ato que se transformou em pressão. Cerco ao governador, a qual parece refém da chamada governabilidade. Sustentada pelo loteamento de cargos e de benesses aos partidos da base aliada.
Isso, contudo, não significa que cada sigla seja dona da pasta, e com poderes o bastante para mudar o titular da dita pasta quando lhe bem convier, sem dar a mínima para quem de fato tem competência para efetuar tal mudança.
Providencial, portanto, foi à resposta do chefe do Executivo estadual. Este, sem titubear, disse não pretender trocar ninguém. Nem mesmo a secretária de Educação, que se viu impotente diante da greve de professores e em meio ao furacão de críticas patrocinado por alguns deputados, porque ela “tem feito um bom trabalho”.
De todo modo, no entanto, o governador pode até ceder às pressões petistas, como já se curvou diante de reivindicações das demais siglas que lhe dão apoio no Parlamento regional. Ainda mais quando as pressões são de agremiações aliadas, cuja ligação é bastante forte com a presidente do país, e de quem o Estado muito precisa. Sobretudo agora, com os preparativos necessários para a realização de um ou dois jogos da Copa do Mundo em Cuiabá. Momento crucial. Mas, nem por isso, se devem perder as rédeas da administração pública regional, cujo desfecho seria traumático para o político que se encontra sentado na cadeira central do Palácio Paiaguás. Logo ele, que tem a seu favor, todo um cenário de possibilidades, de situações favoráveis – as quais se estendem do crescimento do rebanho bovino e do aumento da produção agrícola até a transformação da região em um cartão postal turístico.
Embora se saiba de toda uma estampa de problemas. Problemas que se somam ao do cofre público vazio, ao crescente índice da violência e ao estado crítico da saúde. Quadro agravado pelo baixo desempenho das escolas mato-grossenses no Enen. Razão, aliás, que, por si só, já seria suficiente para desmotivar o sonho do ex-parlamentar petista em retomar a chefia da Seduc. Principalmente porque a sua primeira gestão, na dita pasta, não foi lá grande coisa. O que, certamente, contribuiu para aquele rendimento pífio dos alunos, e para o próprio movimento grevista recente.
Greves que mostraram a inabilidade do governo em negociar, em dialogar. Inabilidade que se vê agravada com a pressão de aliados. Sobretudo porque as exigências em pauta se prendem tão somente a interesses particulares, e isso, por outro lado, “vende” a idéia de que o governador não tem o leme da administração pública. O que é comprometedor.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
Imagem, aliás, propagandeada por uma parte do PT/MT, quando se falou na substituição da secretária de Educação. O substituto escolhido chegou a se desincompatibilizar-se da presidência regional do partido, ao mesmo tempo em que “rebaixava” a atual titular para o degrau de adjunta. Reprise de um quadro pretérito. Retomado no ato simbólico do dia 24 do mês passado. Ato que se transformou em pressão. Cerco ao governador, a qual parece refém da chamada governabilidade. Sustentada pelo loteamento de cargos e de benesses aos partidos da base aliada.
Isso, contudo, não significa que cada sigla seja dona da pasta, e com poderes o bastante para mudar o titular da dita pasta quando lhe bem convier, sem dar a mínima para quem de fato tem competência para efetuar tal mudança.
Providencial, portanto, foi à resposta do chefe do Executivo estadual. Este, sem titubear, disse não pretender trocar ninguém. Nem mesmo a secretária de Educação, que se viu impotente diante da greve de professores e em meio ao furacão de críticas patrocinado por alguns deputados, porque ela “tem feito um bom trabalho”.
De todo modo, no entanto, o governador pode até ceder às pressões petistas, como já se curvou diante de reivindicações das demais siglas que lhe dão apoio no Parlamento regional. Ainda mais quando as pressões são de agremiações aliadas, cuja ligação é bastante forte com a presidente do país, e de quem o Estado muito precisa. Sobretudo agora, com os preparativos necessários para a realização de um ou dois jogos da Copa do Mundo em Cuiabá. Momento crucial. Mas, nem por isso, se devem perder as rédeas da administração pública regional, cujo desfecho seria traumático para o político que se encontra sentado na cadeira central do Palácio Paiaguás. Logo ele, que tem a seu favor, todo um cenário de possibilidades, de situações favoráveis – as quais se estendem do crescimento do rebanho bovino e do aumento da produção agrícola até a transformação da região em um cartão postal turístico.
Embora se saiba de toda uma estampa de problemas. Problemas que se somam ao do cofre público vazio, ao crescente índice da violência e ao estado crítico da saúde. Quadro agravado pelo baixo desempenho das escolas mato-grossenses no Enen. Razão, aliás, que, por si só, já seria suficiente para desmotivar o sonho do ex-parlamentar petista em retomar a chefia da Seduc. Principalmente porque a sua primeira gestão, na dita pasta, não foi lá grande coisa. O que, certamente, contribuiu para aquele rendimento pífio dos alunos, e para o próprio movimento grevista recente.
Greves que mostraram a inabilidade do governo em negociar, em dialogar. Inabilidade que se vê agravada com a pressão de aliados. Sobretudo porque as exigências em pauta se prendem tão somente a interesses particulares, e isso, por outro lado, “vende” a idéia de que o governador não tem o leme da administração pública. O que é comprometedor.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
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