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Opinião
Sexta - 23 de Junho de 2023 às 05:23
Por: Acir Novaczyk

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A Endoscopia Ginecológica por meio de seus dois procedimentos - laparoscopia (cirurgia com pequenas incisões no abdômen) e histeroscopia (cirurgia realizada por via vaginal que permite visualizar o interior do útero), pode desempenhar um papel muito importante na investigação e tratamento da infertilidade diagnosticando e tratando diversas patologias de forma minimamente invasiva.

A avaliação do casal infértil inicia com uma consulta clínica detalhada, exames laboratoriais diversos (dosagens hormonais, sorologias, espermograma dentre outros) e exames de imagem como ultrassonografia, histerossalpingografia e outros mais específicos quando indicados, inclusive a histeroscopia realizada de forma diagnóstica com biópsia do endométrio.

Após a avaliação inicial, quando houver indicação, utiliza-se histeroscopia cirúrgica e a laparoscopia para confirmar, detalhar e tratar os fatores que foram encontrados durante a pesquisa inicial ou mesmo prosseguir a investigação quando outras causas foram descartadas nos exames de imagem prévios.

A Endoscopia Ginecológica pode ser aplicada na área de infertilidade em várias situações como:

1- Avaliação da anatomia da pelve: Identificando anormalidades estruturais como obstrução das trompas, malformações ou endometriose, pode-se aumentar as taxas de gravidez.
2- Tratamento de miomas e pólipos: Essas condições podem atrapalhar a implantação do embrião e afetar a capacidade do útero de sustentar a gravidez. O mioma submucoso geralmente requer intervenção cirúrgica, sendo a via histeroscópica preferencial. No caso de miomas intramurais e subserosos, é necessária uma avaliação individualizada considerando tamanho, localização e sintomas, uma vez que a remoção com técnica inadequada pode resultar em danos irreversíveis do útero.
3- Remoção de aderências: A aderência pode surgir por cirurgias prévias, endometriose ou infecções anteriores. Quando presentes dentro do útero são chamadas de sinéquias e podem obstruir a cavidade uterina, dificultando a implantação do embrião e podem ser removidas por meio de histeroscopia.
4- Avaliação das trompas: É possível verificar se as trompas estão obstruídas ou danificadas por meio da Endoscopia Ginecológica. Em alguns casos, é possível realizar procedimentos para desobstruir ou repará-las.
5- Tratamento da endometriose: A endometriose é uma das principais causas de infertilidade feminina e a laparoscopia pode diagnosticar, quantificar e remover a endometriose. Isso aumenta as taxas de sucesso de gravidez, tanto em pacientes que estão passando por tratamentos de reprodução assistida quanto naquelas que estão tentando uma gravidez espontânea. No entanto, embora seja incontestável que a videolaparoscopia seja o melhor método diagnóstico e terapêutico nessas situações, é necessário realizar uma avaliação completa da mulher antes de programar a cirurgia. Isso garantirá resultados mais precisos na obtenção da gravidez, especialmente nos casos de endometriose ovariana. Manipulações extensas nos ovários, como cauterizações e remoção de forma equivocada dos cistos endometrióticos, podem diminuir a reserva ovariana e dificultar as chances de gravidez.

No entanto, é importante destacar que nem todos os casos de infertilidade requerem intervenção cirúrgica. Cada situação é única e os especialistas em Infertilidade e Endoscopia Ginecológica, trabalhando em conjunto, serão capazes de avaliar a necessidade desses procedimentos com a individualidade que cada caso requer.

Dr. Acir Novaczyk é ginecologista com dedicação exclusiva à área de endoscopia ginecológica na Clínica Femina e Instituto Eladium



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