Casa de Centro Histórico em Diamantino fica em ruínas após chuvas Prédio de quase dois séculos começa a desabar e descendentes reclamam. Prefeitura informou que casa deve ser restaurada para se tornar museu.

Construída há quase dois séculos, uma casa localizada no Centro Histórico de Diamantino, a 209 km de Cuiabá, uma das cidades mais antigas de Mato Grosso, está em ruínas. Algumas paredes desabaram após as chuvas registradas nos últimos dias, o que entristeceu os descendentes da família que morava no local. O empresário Niedson Vanni, neto e bisneto dos antigos moradores, disse ter se assustado ao ver que o prédio estava caindo.

Ele reclama que a casa tombada como patrimônio histórico da cidade foi vendida, no ano passado, para a prefeitura do município, mas que até agora a obra de restauração não teve início. "Cresci naquela casa. Me corta o coração deixar isso acontecer. Está completamente abandonada", declarou o empresário, que mora nasceu, cresceu e ainda vive em Diamantino, cidade que em setembro deste ano completou 286 anos de emancipação.

A Prefeitura de Diamantino informou, por meio de assessoria, que a obra ainda não começou por conta do período chuvoso e da falta de recursos. Alegou que o prefeito da cidade, Juviano Lincoln (PSD), viajou a Brasília em busca de recursos para a restauração do prédio histórico, onde viveram as famílias dos patriarcas, Terige Vanni e Terige Vanni Filho, bisavô e avô do empresário.

A casa deve ser transformada em um museu em memória da Expedição Langsdorff, segundo a administração municipal. A expedição liderada por Georg Heinrich Von Langsdorff, sob a organização do Império Russo, passou cinco meses em Diamantino em 1828.

Confome a prefeitura, uma empresa já foi contratada para montar um reservatório para juntar o material (barro) para fazer os tijolos de adobe. A casa é toda construída em adobe e o mesmo material deve ser utilizado na restauração. Já a empresa que ficará responsável pela restauração, bem como pela preservação das características do local, ainda não foi contratada.

Diamantino nasceu no início do ciclo da mineração pelos bandeirantes no estado. A descoberta, principalmente de diamantes, deu nome ao município de 20.341 habitantes, segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010.