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Nacional
Sexta - 31 de Outubro de 2014 às 17:12
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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Prédio da 5ª DP, no Centro, que investiga o caso

Prédio da 5ª DP, no Centro, que investiga o caso Foto: Gustavo Stephan / Agência O Globo

Uma carioca acusa um taxista de tentativa de estupro durante uma corrida no Rio de Janeiro. Segundo a jovem de 28 anos, que preferiu não se identificar, ela pegou o táxi na saída de uma festa, no último final de semana, para fazer o trajeto entre a Zona Sul e a Zona Norte do Rio. Cansada, a mulher sentiu-se segura para dormir no banco traseiro durante a viagem, que deveria levar cerca de 20 minutos. Mas seu sono foi interrompido: ao abrir os olhos, o motorista estava em cima dela, acariciando seu corpo.

O caso foi compartilhado no Facebook e ganhou repercussão durante a semana. Mais de dez mil pessoas compartilharam e comentaram a foto que a vítima fez, mostrando a placa do táxi. Mas, segundo ela, após receber inúmeras ameaças e comentários que considerou preconceituosos, decidiu apagar a imagem.

— Decidi tirar para me preservar. Foram muitos comentários, pessoas duvidando da história, dizendo que deveria ser coisa de mulher traída, uma vingança. O pior é que os comentários vieram de homens e mulheres, por preconceito. Estava me fazendo mal. O que pretendia com essa exposição era alertar as pessoas. Também apaguei a foto porque tive medo de que identificassem a placa e fizessem algo com o motorista. Quero que ele pague de acordo com a lei, não que seja linchado — afirmou.

De acordo com a mulher, ela saiu de uma boate de Copacabana com amigos e pegou um táxi que se encontrava em frente ao local. Como era a única moradora da Zona Norte, entrou no carro sozinha. Quando acordou, no meio do caminho, estava em uma rua da Lapa, no centro do Rio, fora do percurso usual. O motorista a teria beijado na boca e no pescoço, mas se esquivou rapidamente ao perceber que ela acordou.

— Pego táxi com muita frequência, sempre na rua. Falei para onde eu ia e apaguei. Eram 7 horas da manhã, estava cansada. Aí deitei no banco e quando eu acordei, levantei e o taxista estava em cima de mim. Ele pulou muito rápido para o banco da frente. Fiquei dura, sem reação. Ele ligou o carro e continou andando. Ele estava me beijando, passando a mão em mim. Quando acordei, a corrida já estava em R$ 74. Por aí, dá para imaginar o tempo que já devíamos estar parados - disse. A corrida entre os bairros de Copacabana e da Tijuca, na bandeira 2 (aplicada aos domingos), custa cerca de R$40.

Em estado de choque, ela não teve reação e permaneceu dentro do carro, usando o celular para tentar se comunicar com os amigos sobre o que estava acontecendo.

— Mandei WhatsApp para os meus amigos dizendo o que tinha acontecido, tentei ligar, mas àquela hora, ninguém me atendeu. Pedi para ele me deixar em um posto de gasolina, para não saber onde eu morava, porque era um campo neutro. Foi quando tive a ideia de fazer a foto. Quando desci, disse que não ia pagar, que percebi o que ele tinha feito. Perguntei por que ele tinha feito aquilo e ele falou que não conseguia me acordar. Ele apenas colocou a mão no rosto, falando “eu errei, eu errei”. Ele me pareceu uma pessoa doente — relatou.

Ao buscar ajuda na loja de conveniência do posto, foi encorajada pelos funcionários a registrar o caso na delegacia. Ela procurou a 20ª DP, em Vila Isabel, na Zona Norte, onde o caso foi registrado como tentativa de estupro.

Em nota, a Polícia Civil informou que o caso foi transferido para a 5ª DP, na Lapa, onde o crime teria ocorrido. A vítima prestou depoimento na última terça-feira. O taxista já foi identificado e ouvido nesta sexta-feira, mas por não ter sido pego em flagrante, foi liberado em seguida. As investigações ainda estão em andamento. No site da Prefeitura do Rio, consta uma multa por excesso de velocidade na placa indicada pela mulher como sendo do táxi. A infração teria ocorrido minutos depois de a vítima ter descido do carro.

— Quero denunciar o caso para que ninguém mais passe pelo que eu passei. Com certeza, ele já deve ter feito isso outras vezes. Estou bem porque sei que fui vitoriosa. Poderia ter sido muito pior.





Fonte: Do G1

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