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Eleições Brasil 2014
Terça - 09 de Setembro de 2014 às 11:45
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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Rogério Salles (e) com Pedro Taques durante evento na campanha eleitoral
Rogério Salles (e) com Pedro Taques durante evento na campanha eleitoral

Uma arrecadação de campanha fora da realidade de uma disputa eleitoral, bem aquém dos valores tradicionais para um pleito majoritário, tem fortes indícios de “caixa dois”, isto é, ingresso de recursos financeiros não contabilizados e não declarados aos órgãos de controle e fiscalização. Esse indício, segundo avaliação do cientista político David Fleischer, professor titular do Instituto de Ciências Políticas da Universidade de Brasília (UnB), está aparentemente presente na campanha do ex-governador Rogério Salles, candidato ao Senado pelo PSDB, da coligação “Coragem e Atitude para Mudar”.

David Fleischer acompanha de perto as eleições brasileiras e analisa as campanhas nacional e em todos os estados, na condição de presidente da Transparência, Consciência e Cidadania (TCC-Brasil). Ele vem analisando as prestações de contas dos candidatos e tem encontrado várias “disparidades”. A de Salles é uma delas.

Fleischer observou que o candidato, que está em segundo lugar nas pesquisas, apresentou uma prestação de contas muito fora da realidade, dentro de uma campanha milionária de seu aliado, Pedro Taques (PDT), que já contabiliza R$ 11,1 milhões.

Até aqui, segundo a parcial da prestação de contas encaminhada a Justiça Eleitoral, Salles arrecadou R$ 60.650,00. E gastou, incluindo encargos financeiros e taxas bancárias, R$ 59.176,80. Apesar de a campanha ser ostensiva, o ex-governador aponta que gastou apenas R$ 18,6 mil com produção de programa de televisão. Um valor muito aquém do que é praticado no mercado publicitário. Salles informou ainda ter gasto R$ 5 mil com produção de jingle, vinhetas e slogans.

Mesmo viajando todo o Estado, a prestação de Salles – a primeira, já que entrou na disputa após a desistência de Jayme Campos (DEM) – informou que o candidato do PSDB gastou perto de R$ 19 mil com locação de veículos e combustíveis.

“Para mim é muito pouco e pode ter aí caixa dois e uma coisa bem grande”, afirmou David Fleischer. O cientista político observou que os gastos de campanha variam muito de estado para estado. “O que se gasta em São Paulo é muito acima do que se gasta em estados como Acre, Rondônia e Mato Grosso. Mesmo assim, a diferença de um gasto de R$ 60 mil para um de R$ 500 mil, que é a média nesses estados, é uma grande disparidade” - afirmou.

Outro lado

Rogério Salles não atendeu nem retornou às ligações da reportagem do Olhar Direto. A assessoria de imprensa do candidato também não se manifestou até o fechamento da matéria.





Fonte: Olhar Direto

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