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Cidades
Segunda - 27 de Abril de 2015 às 08:58
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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Os combustíveis comercializados em Mato Grosso fecharam o primeiro trimestre desse ano com os maiores índices de inconformidade do país. Para gasolina, o volume apurado revela que o produto consumido no Estado é o mais inadequado do Brasil, em outras palavras, o de pior qualidade. Das 360 amostram analisadas, 21 revelaram problemas, o que equivale a 5,8% do universo avaliado. O percentual é o maior do país para o combustível e supera, e muito, o 1,4% da média nacional. 


Conforme Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) da Agência Nacional de Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o etanol hidratado e o óleo diesel também apresentaram grau de inconformidade de destaque quando comparado a outros estados. Essas três matrizes, as mais consumidas do Estado, aparecem entre os cinco piores índices do país, no ranking da qualidade.

Nessa comparação com os resultados apurados nos primeiros três meses desse ano, o etanol apresenta grau de inconformidade de 3,7%, ou seja, em nove das 346 amostras. Com esse percentual, é o quarto pior do país, atrás de Tocantins, que registrou 9,3%, Amazonas, 4,1% e Rio de Janeiro com 4%.

O óleo diesel apresentou o maior percentual de inconformidade entre os três: 9,6%. Das 356 amostras, 34 apontaram problemas. Nesse nível, o combustível consumido pelos mato-grossenses fica com a segunda colocação em relação à qualidade, atrás do produto paraense, cujo grau foi de 14,5%.

Em relação à qualidade da gasolina, além de Mato Grosso, Rio de janeiro e Pará apresentam os piores índices, 3,8% e 3,5%, nessa ordem. Ambos ficam ainda bem aquém do que mostra o Estado. Os testes qualidade colocam são realizados pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), por meio de parceria com a ANP. São considerados fora das especificações da Agência, os níveis de corante, o aspecto, a cor e o teor de biodiesel. Conforme a ANP, esses são os principais tipos de não-conformidade.

Na comparação anual, chama à atenção a evolução da não-conformidade dos combustíveis. No primeiro trimestre do ano passado, o etanol apresentou índice de 2,6%. Em 2015 passou a 3,7%. A gasolina passou de 4,3% para 5,8% e o diesel de 9,2% para 9,6%.

TESTES – Conforme a ANP, o PMQC promove o levantamento dos indicadores gerais da qualidade dos combustíveis comercializados no País e a identificação de focos de não-conformidade. Para avaliação, o universo de revendedores de cada estado é dividido em regiões com um número semelhante de postos. Eles são selecionados com base em sorteios aleatórios realizados pela instituição contratada para efetuar a coleta e a análise.

A principal não-conformidade observada nas amostras de gasolina coletadas no país, foi em octanagem, com 29,2% do total foram das especificidades. A octanagem consiste na resistência à detonação de um determinado combustível utilizado, valores inferiores ao estabelecido podem provocar a destruição do motor. Para o etanol, a não conformidade mais frequente foi massa específica/teor alcoólico, com 58,7%, do total. No caso do óleo diesel, a principal não conformidade encontrada foi em teor de biodiesel (37,6%).

No caso de Mato Grosso, foram 135 municípios, divididos em 10 regiões. Na gasolina, a maior incidência de inconformidade foi apurada em Tangará da Serra, Campo Novo do Parecis, Barra do Bugres, Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Cuiabá, Várzea Grande e Baixada Cuiabana. No óleo diesel houve problemas na qualidade em praticamente todos os municípios onde se realizou a coleta de amostras. No etanol, os maiores problemas foram detectados em Cáceres, Comodoro, Pontes e Lacerda, Tangará da Serra, Alta Floresta, Guarantã do Norte, Peixoto de Azevedo, Várzea Grande, Barra do Garças, Canarana e Nova Xavantina.

REVENDAS – O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo/MT) reitera que não-conformidade nem sempre quer dizer adulteração. Como explica, por meio de sua assessoria, os dados da ANP vêm mostrando que inconformidades no diesel estão mais relacionadas aos aspectos e à mistura do biodiesel. “Desde a introdução da adição obrigatória do biodiesel ao diesel em 2008, com percentual inicial de 2% (B2), postos de combustíveis em todo o Brasil vêm relatando casos de formação de borra, entupimento de filtros e necessidade de manutenções mais frequentes. Tais problemas se agravaram a partir de janeiro de 2010, quando entrou em vigor o atual percentual de 5% (B5) e agora a mistura já está em 7%”. Com relação aos demais produtos, o Sindicato afirma que não é um problema geral de adulteração e muitas vezes apenas fora de um padrão estabelecido. “Independente disso, defendemos a fiscalização”. 





Fonte: Diário de Cuiabá

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