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Internacional
Sexta - 27 de Março de 2015 às 15:59
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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Policial deixa casa do copiloto Andreas Lubitz em Montabaur, na Alemanha, carregando objetos pessoais dele (Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters)Policial deixa casa do copiloto Andreas Lubitz em Montabaur, na Alemanha, carregando objetos pessoais dele. (Foto: Kai Pfaffenbach / Reuters)


O piloto do Airbus A320 que ficou trancado do lado de fora da cabine no momento da queda do avião da Germanwings nos Alpes franceses, tentou abrir a porta com um machado, afirma o jornal alemão "Bild" nesta sexta-feira (27), que cita fontes das forças de segurança.

Depois que o copiloto Andreas Lubitz acionou o mecanismo de descida do avião por razões desconhecidas, o comandante do voo, que havia deixado a cabine para ir ao banheiro e que não teve acesso ao local na volta, utilizou um machado para forçar a porta blindada, segundo as fontes, e tentar impedir a tragédia que matou 150 pessoas.

Um porta-voz da Germanwings, uma companhia da Lufthansa, confirmou ao "Bild" que os aviões A320 contam com um machado, que é "parte do equipamento de segurança".

Nesta quinta (26), Carsten Spohr, CEO da Lufthansa, explicou que acesso à cabine de comando pode ser impedido por quem está dentro. “Se o piloto saiu e o que ficou dentro está inconsciente, há um código que pode ser utilizado. Há um barulho dentro da cabine, e se ninguém abrir, a porta se abre eletronicamente. Mas a pessoa que está do lado de dentro pode impedir que a porta se abra.”

Segundo a Promotoria francesa, durante os primeiros 20 minutos de voo, houve uma troca de cortesias e até mesmo brincadeiras entre o piloto e Andreas Lubitz. Já quando o piloto começa a preparar o procedimento para a aterrissagem em Düsseldorf (Alemanha), o copiloto se mostrou mais "lacônico".

Com a saída do comandante da cabine, Andreas Lubitz assumiu o controle da aeronave e acionou o botão para perda de altitude. "Nenhuma mensagem de socorro ou urgência foi recebida por controladores de tráfego aéreo e nenhuma resposta foi dada a todas as chamadas dos vários controladores de tráfego aéreo", disse o promotor Brice Robin na terça.

Investigações
A polícia alemã realizou buscas na casa do copiloto Andreas Lubitz, que, segundo as autoridades francesas, "parece ter derrubado deliberadamente" o avião da Germanwings na última terça-feira (24).

A polícia saiu da casa dos pais de Andreas, na cidade de Montabaur, com caixas e sacolas com pertences da família, além de um computador. Também foram feitas buscas por quatro horas em um apartamento em Düsseldorf, onde o copiloto morava, de acordo com a imprensa alemã.

Os detetives da polícia procuraram pistas sobre a motivação do copiloto em derrubar o avião de maneira deliberada. As buscas tiveram como foco documentos pessoais, disse o gabinete do procurador em Düsseldorf, de acordo com o "Die Welt".

O copiloto Andreas Lubitz é visto em foto reproduzida de seu perfil no Facebook (Foto: Reuters)O copiloto Andreas Lubitz é visto em foto reproduzida de seu perfil no Facebook. (Foto: Reuters)

Segundo a Promotoria francesa, Andreas Lubitz estava respirando normalmente até o momento em que a aeronave bateu nas montanhas. Os sons da caixa-preta dão a entender que ele não sofreu nenhum problema de saúde, como um AVC.

Com os dados que a investigação tem até agora, não se pode falar de suicídio, segundo o promotor, que reforçou que todas as informações são preliminares e que as investigações continuam.

De acordo com Robin, a análise da segunda caixa-preta, de dados, irá ajudar os investigadores a entender melhor o que aconteceu. Por enquanto, não há indícios de envolvimento de outras pessoas.

Lufthansa chocada
Carsten Spohr, CEO da Lufthansa, disse em entrevista coletiva nesta quinta que está sem palavras com a revelação de que o copiloto teria deliberadamente derrubado o avião da Germanwings.

Segundo o CEO da Lufthansa, o copiloto Andreas Lubitz começou seu treinamento em 2008, mas o interrompeu brevemente. Ele foi comissário de bordo enquanto não podia pilotar. Ele começou a atuar como copiloto da companhia em 2013. Ele estava "100% apto para voar, sem restrições", e passou em todos os exames de pilotagem e médicos.

Spohr também disse que não tem nenhuma informação sobre o motivo que levou o copiloto Andreas Lubitz a fazer o que fez. "O que aconteceu foi um incidente trágico individual, eu gostaria de enfatizar isso", disse. "Temos altos padrões, mas um caso único como este não pode ser previsto."

O que se sabe sobre a tripulação
Andreas Lubitz, de 28 anos, era alemão, natural de Montabaur, em Rhineland-Palatinate, na Alemanha. Ele não estava em lista de suspeitos de terrorismo, e por enquanto não há base para afirmar que tenha sido um incidente terrorista.

Lubitz havia sido contratado em setembro de 2013 e tinha 630 horas de voo de experiência, informou a Lufthansa à AFP. Jornais internacionais disseram que Andreas se formou na escola de voo da Lufthansa em Bremen e obteve sua licença de voo em junho de 2010.

Já o piloto do Airbus A320 tinha 10 anos de experiência e mais de 6.000 horas de voo, segundo a Germanwings. Identificado pelo jornal "Bild" como Patrick S., o piloto também era alemão.

Vítimas
As autoridades ainda não divulgaram a lista de passageiros e tripulantes embarcados no avião da Germanwings que caiu nos Alpes franceses. Porém, diante da notícia da tragédia, alguns familiares, empresas e órgãos oficiais dos países divulgaram nomes de pessoas que estavam no voo.

O Airbus A320 partiu de Barcelona, na Espanha, com destino a Düsseldorf, na Alemanha, e levava 150 pessoas – 144 passageiros e seis tripulantes.

Segundo informações da Germanwings, entre as vítimas do acidente havia 72 alemães, 35 espanhóis, 2 australianos, 2 argentinos, 2 iranianos, 2 venezuelanos, 3 americanos, 1 marroquino, 1 britânico, 1 holandês, 1 colombiano, 1 mexicano, 1 dinamarquês, 1 belga e 1 israelense.

A origem de algumas vítimas ainda é incerta, especialmente devido a casos de dupla nacionalidade. Devido à violência do acidente, as autoridades acham pouco provável encontrar sobreviventes. Conheça as histórias de algumas das vítimas.





Fonte: Da France Presse

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