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Tânia Melo*
Sexta - 01 de Julho de 2016 às 15:53
Por: Lourembergue Alves

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Uma das tarefas de um agente político e/ou agente público é viabilizar medidas que venham cortar gastos. Gastos desnecessários. Mesmo que não se viva em um período de crise, ou esteja em ‘épocas de vacas gordas‘.

Cuidado que deve ser, claro, redobrado em situação como a vivida pelo país, onde todos têm sofrido com o descontrole da inflação e o crescimento pífio da economia, com as administrações públicas em dificuldades para cumprirem, inclusive, suas folhas de pagamentos.

Até empresas e empresários têm procurado diminuir seus gastos (estão corretos). Mas, a impressão que se tem é de que, quando se trata do erário, os gastos são ampliados, e não cortados.

Daí o tamanho exagerado da máquina da administração no âmbito federal, estadual e municipal. Inexiste diminuição também no Judiciário, tampouco no Legislativo.

Até empresas e empresários têm procurado diminuir seus gastos (estão corretos). Mas, a impressão que se tem é de que, quando se trata do erário, os gastos são ampliados, e não cortados

Quadro alimentado por uma teia de interesses. Interesses particulares, os quais nada têm a ver com o público, ou com os da população.

E é isso que garante os altos salários somados a um conjunto dos chamados penduricalhos - estendidos em todas as esferas e em todos os poderes, acrescidos de órgãos, a exemplo dos Ministérios Públicos e dos Tribunais de Contas.

Situação que se soma a outra, a de contratações fora do concurso público, algumas das quais para atender acordos entre compadrios, em maior número e em especial no Executivo, mas não apenas neste (claro!).

No Legislativo, por exemplo, cargos de confiança existem aos montões (não apenas nele). Cada senador, cabe lembrar, pode manter 55 cargos de confiança, desde que a remuneração total não ultrapasse os R$ 70 mil mensais.

Mas, no geral, vários parlamentares extrapolam os limites impostos pelo regimento interno do Senado, especialmente os senadores que ocupam cargos na Mesa Diretora ou fazem parte de blocos ou lideranças.

O dinheiro do contribuinte é gasto sem qualquer controle. Tanto que, de acordo com a Revista Congresso em Foco, mais de 3 mil assessores estão lotados em gabinetes e escritórios de representação dos senadores.

O senador Hélio José (PMDB/DF), que assumiu a vaga com a saída do titular para o governo de Brasília, emprega 86 assessores. Destes, 28 registram ponto no seu escritório de representação e 58 estão no gabinete.

Haja espaço no gabinete! Renan Calheiros tem 71 servidores à sua disposição no Senado e em Maceió. Já o Elmano Férrer (PTB/PI) conta com 80 pessoas, João Alberto Souza (PMDB/MA) possui 76 auxiliares.

O senador com menor número de assessores é José Antônio Reguffe (sem partido/DF) conta com apenas 9, e, quando perguntado sobre a quantidade de seus assessores, diz não precisar ‘de mais assessores para ele representar seus eleitores‘ (nem da população, claro).

Infelizmente, contudo, não é este o pensamento da imensa maioria dos vereadores, dos deputados estaduais e federais e dos senadores, nem o é dos governantes.

Estes, claro, preferem o verbo gastar, em substituição do cortar. Mesmo que se deva, em quaisquer situações, sempre cortar os gastos desnecessários.

É isto.

LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e analista político em Cuiabá.

lou.alves@uol.com.br




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